A chapa Equidade e Confluências nasce da união entre dois movimentos que, embora com trajetórias distintas, compartilham o compromisso com uma Psicologia ética, democrática e implicada nas lutas sociais. A convergência entre os coletivos Psicologia, Democracia e Equidade Social (Equidade) e Psicologias em Confluência não é apenas estratégica — é a expressão de um projeto comum que acredita na escuta como ato político, na força dos territórios e na valorização das múltiplas formas de existência, cuidado e resistência.
O movimento Equidade surgiu em junho de 2024, como resposta à urgência de uma Psicologia mais conectada às realidades populares. Fundado por profissionais engajados com a justiça social, propõe uma atuação crítica, sensível às desigualdades históricas, e sustentada pela participação cidadã. Reúne sujeitos que mobilizam práticas transformadoras nos serviços públicos, nas políticas sociais e nas comunidades, afirmando a democracia como prática viva, não como promessa abstrata.
O movimento Confluências, por sua vez, emerge da articulação de psicólogas negras e indígenas que reivindicam uma Psicologia plural e insurgente, comprometida com a valorização de saberes silenciados e com o enfrentamento das estruturas de opressão. Denuncia os efeitos do epistemicídio, da precarização do trabalho e da tecnocracia desumanizante, propondo outra forma de presença profissional: enraizada, crítica e indissociável da defesa radical da vida.
Unidas, essas forças propõem uma nova forma de representar a Psicologia brasileira: fortalecendo os Conselhos como espaços vivos de escuta e ação, promovendo políticas que removam barreiras reais — como fome, violência, racismo institucional e desmonte das redes de cuidado — e garantindo condições para que todas as pessoas possam viver com dignidade.
A Chapa Equidade e Confluências, que representa o estado de São Paulo — território com o maior número de profissionais da Psicologia no Brasil —, encarna o desejo de reencantar a profissão como prática situada, campo de disputa simbólica e ferramenta de transformação social. Cientes da potência e da responsabilidade que isso implica, sustentamos a defesa da democracia, dos direitos humanos e da equidade não como slogans, mas como compromissos concretos de quem não dissocia ética e política.
A luta é coletiva — e a vitória também será.