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Plataforma da Chapa Equidade e Confluências - São Paulo

Movimento Psicologia, Democracia e Equidade Social e Movimento Confluências

A chapa Equidade e Confluências nasce da união entre dois movimentos que, embora com trajetórias distintas, compartilham o compromisso com uma Psicologia ética, democrática e implicada nas lutas sociais. A convergência entre os coletivos Psicologia, Democracia e Equidade Social (Equidade) e Psicologias em Confluências não é apenas estratégica — é a expressão de um projeto comum que acredita na escuta como ato político, na força dos territórios e na valorização das múltiplas formas de existência, cuidado e resistência.

O movimento Equidade surgiu em junho de 2024, como resposta à urgência de uma Psicologia mais conectada ao cotidiano da categoria. Fundado a partir do engajamento de profissionais na defesa da justiça social, propõe uma atuação crítica, sensível às desigualdades históricas, e sustentada pela participação cidadã. Reúne pessoas que mobilizam práticas transformadoras nos serviços públicos, nas políticas sociais, nas comunidades e nos consultórios afirmando a Democracia como prática viva, não como promessa abstrata.

O movimento Confluências, por sua vez, emerge da articulação de psicólogas negras e indígenas que reivindicam uma Psicologia plural e insurgente, comprometida com a valorização de saberes silenciados e com o enfrentamento das estruturas de opressão. Denuncia os efeitos do epistemicídio, da precarização do trabalho e da tecnocracia desumanizante, propondo outra forma de presença profissional: enraizada, crítica e indissociável da defesa radical da vida.

Unidas, essas forças propõem uma nova forma de representar a Psicologia brasileira: fortalecendo os Conselhos Profissionais como espaços presenciais de escuta diálogo e ação, promovendo políticas que contribuam para a remoção de barreiras reais — como fome, violência, racismo institucional e desmonte das redes de cuidado — e garantindo condições para que todas as pessoas possam viver com dignidade.

A Chapa Equidade e Confluências, que representa o estado de São Paulo, território com o maior número de profissionais da Psicologia no Brasil e ciente da potência e da responsabilidades nesse amplo território e campo simbólico suas implicações para a valorização da psicologia brasileira, sustentamos a permanente defesa da Democracia, dos Direitos Humanos e da Equidade não apenas como slogans, mas como compromissos concretos de quem compreende que ética e política caminham juntas.

Somos um coletivo de profissionais com diferentes percursos e experiências em diversas áreas, entidades e movimentos da Psicologia e da sociedade. Partilhamos da convicção de que o Sistema Conselhos de Psicologia deve ser um espaço de resistência e de enfrentamento contra retrocessos e que precisa estar atento a questões sociais urgentes e ser promotor ativo da valorização da Psicologia enquanto ciência e profissão a serviço da sociedade brasileira.
Nosso compromisso é com a Psicologia que dialoga com as necessidades das pessoas atendidas, fortalece as políticas públicas e se posiciona de maneira firme contra o fascismo, a desigualdade social, o racismo, o machismo, a LGBTQIAP+fobia, o capacitismo, o idadismo e todas as formas de opressão e exclusão.

A luta é coletiva — e a vitória também será.

Nossos Eixos e Programa de Atuação – CRP SP

1

Valorização e Defesa do Exercício Profissional

Valorizar o exercício profissional da Psicologia significa defender a ética na promoção da saúde, considerando a dinamicidade da relação entre as pessoas e a sociedade, em suas formas de organização, diversidade e singularidades. Isso exige a constante construção e atualização de parâmetros ético-técnicos que orientem a prática profissional.


O Sistema Conselhos de Psicologia, deve estar comprometido com os princípios do Código de Ética da Psicologia e orientado por valores emancipatórios, a partir da compreensão das condições que geram sofrimento e promovem saúde na realidade brasileira. É necessário que volte sua atuação para regular, debater, orientar e defender o exercício ético da Psicologia. Sua atuação deve reafirmar os princípios fundamentais que norteiam os Direitos Humanos, a equidade e a justiça social no cumprimento de suas funções.


Assim, valorizar, defender, ampliar e garantir condições dignas de trabalho para profissionais da Psicologia implica também promover o acesso digno à saúde para todas as pessoas, tornando essa missão uma responsabilidade essencial e urgente.

Promover a democratização da Psicologia para ampliar a oferta de seus serviços, tornando-os mais acessíveis e inclusivos para todas as pessoas, independentemente de classe social, raça, gênero, idade ou orientação sexual;

Apoiar os movimentos que visam ampliar a presença de profissionais de Psicologia nas políticas públicas, incluindo o SUS, SUAS e as políticas de educação, moradia, cultura, esportes, mobilidade urbana, justiça, segurança pública e Direitos Humanos;

Em parceria com o Sindicato dos Psicólogos (Sinpsi) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP), atuar pela aprovação da jornada de trabalho de até 30 horas semanais garantindo melhores condições laborais, salários dignos e acesso à formação continuada;

Junto ao CFP e ao Conselho Nacional de Saúde, incidir na regulamentação dos planos de saúde, com o objetivo de assegurar condições adequadas para a qualidade da prestação dos serviços psicológicos e uma remuneração justa pelo trabalho ofertado;

Estabelecer diálogo contínuo com conselhos de outras áreas profissionais para qualificar e ampliar a atuação da Psicologia em serviços que demandam trabalho multidisciplinar e transdisciplinar fortalecendo a integração entre as diversas especialidades;

Incentivar a produção de pesquisas que investiguem as demandas emergentes no exercício profissional das diferentes áreas da Psicologia, com o objetivo de fortalecer a orientação técnica e atualizar as resoluções que regulam a profissão;

Promover encontros e diálogos periódicos por área de atuação da Psicologia, considerando seus desafios específicos, ampliando espaços para orientações éticas pertinentes fomentando a construção coletiva de estratégias para enfrentar as condições impostas ao exercício profissional;

Estimular e apoiar a organização dos profissionais para debate e aprofundamento em temas relacionados às mais diversas áreas da atuação profissional, em âmbito local e estadual;

Organizar mostras de práticas em Psicologia como forma de divulgar, partilhar e valorizar a diversidade e a inovação na aplicação do conhecimento psicológico;

Mapear a realidade da categoria em territórios periféricos, rurais e comunidades tradicionais, produzindo indicadores de saúde e doença que considerem as desigualdades estruturais e sua relação com a produção do sofrimento. A partir desses dados, criar diretrizes para qualificar a escuta profissional com enfoque na prevenção, proteção e reparação;

Desenvolver protocolos e orientações técnicas para uma atuação antirracista, anticapacitista, anticolonial, anti-idadista e anti-LGBTQIAPN+fóbica, fundamentados na interseccionalidade e no respeito aos Direitos Humanos, garantindo práticas inclusivas e sensíveis às múltiplas formas de opressão;

Estimular o diálogo ético sobre os saberes técnico-profissionais construídos em experiências populares, comunitárias e insurgentes, reconhecendo e incorporando práticas de cuidado, escuta, prevenção e promoção da saúde que emergem dessas vivências;

Fortalecer a promoção da saúde de forma intersetorial nos equipamentos públicos, por meio da realização de fóruns que possibilitem o levantamento das demandas locais, a visibilização de suas realidades, a orientação e a ampliação do exercício profissional, voltado à defesa dos Direitos Humanos;

Articular-se com movimentos sociais, entidades e universidades para enfrentar o desmonte das políticas de redução de danos, promovendo ações coletivas que resgatem a radicalidade antimanicomial nos movimentos da Psicologia, em consonância com a luta antiproibicionista;

Resistir à naturalização da inteligência artificial (IA) na Psicologia, preservando a centralidade do vínculo humano, denunciando e combatendo a atribuição indevida de funções simbólicas à IA, especialmente nos campos da escuta, do cuidado e da avaliação psicológica, evitando a captura tecnocrática do sofrimento e garantindo que a prática profissional mantenha seu caráter ético e humano;

Desenvolver diretrizes e protocolos rigorosos para o uso ético e responsável da tecnologia, elaborando diretrizes para o uso da IA e outras Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) em avaliações e atendimentos psicológicos, assegurando supervisão humana, transparência nos processos decisórios, validação técnica adaptada à realidade brasileira e fiscalização ativa pelo Sistema Conselhos;

Fiscalizar empresas e plataformas digitais, promovendo espaços de escuta e denúncia, orientando e fiscalizando empresas de tecnologia e startups de saúde mental, garantindo responsabilidade técnica e respeito aos princípios éticos da Psicologia, estabelecendo protocolos de fiscalização eficazes e criando espaços de escuta qualificada para acolher denúncias sobre precarização do cuidado mediado por tecnologia, assegurando a qualidade da atuação profissional e a proteção de profissionais e da população atendida.

2

Organização Democrática e Participação Ativa no
CRP SP

Assumir compromissos com a sociedade brasileira na promoção da saúde significa tornar suas realidades conhecidas e presentes em todos os processos que orientam e defendem o exercício ético e profissional da Psicologia. Isso deve ser condição fundamental para a construção de decisões, alocação orçamentária, elaboração de regulamentações, participação nos debates públicos e fortalecimento da Psicologia na sociedade.


A democratização dos processos internos do Conselho, aliada ao respeito aos seus pactos históricos, é essencial para garantir um Conselho comprometido com a justiça social, a igualdade e o acesso universal à saúde. Reconhecemos que ampliar a participação de profissionais e da sociedade qualifica o impacto do Conselho na realidade brasileira.


Por isso, o Conselho assume a responsabilidade de dar visibilidade às diversas realidades e dialogar com seus saberes, promovendo uma atuação cada vez mais inclusiva, ética e eficaz.

Facilitar o contato da categoria com o Conselho, criando espaços de escuta ativa, como fóruns, assembleias e consultas públicas, que envolvam profissionais da Psicologia e pessoas atendidas, utilizando métodos acessíveis e inclusivos para visibilizar realidades diversas e fortalecer a construção participativa das políticas e regulamentações do CRP SP;

Estabelecer um Fórum Permanente de Psicologias Pluriversas, como espaço de articulação entre conselhos, coletivos, movimentos sociais e universidades populares, promovendo o diálogo intercultural e a valorização de saberes diversos;
Garantir a participação direta e efetiva de crianças, adolescentes, pessoas pretas, indígenas, com deficiência, LGBTQIAPN+ e idosas em todos os eventos e diálogos promovidos, desde a concepção até a sistematização e execução dos encaminhamentos, assegurando representatividade e protagonismo dessas populações;
Participar e fomentar coletivos, eventos, pesquisas e políticas públicas que promovam uma sociedade não medicalizada, sem manicômios e internação compulsória, adotando uma perspectiva que contribua para o debate e a operacionalização da redução significativa da punibilidade, privação de liberdade e encarceramento de crianças, adolescentes e pessoas adultas;

Promover espaços de diálogo com profissionais e estudantes de Psicologia, buscando aproximação e garantindo acessibilidade e diversidade na interlocução;

Implantar ferramentas acessíveis para a divulgação transparente dos processos decisórios, agendas de encontros, novas e revisadas resoluções, debates em pauta e as orientações que fundamentam cada um desses processos, promovendo a participação ampla e informada da categoria;

Promover articulações internacionais com entidades latino-americanas para o enfrentamento crítico dos colonialismos digitais, fortalecendo a construção de uma Psicologia descolonizada que valorize os saberes locais e combata as estruturas de poder colonial presentes nas tecnologias e nas relações sociais;
Garantir a participação ativa de representantes da autarquia em fóruns e conselhos municipais e estaduais da sociedade civil nas áreas de Assistência Social, Saúde, Criança e Adolescente e demais políticas públicas, pautando-se em propostas construídas sob uma perspectiva interseccional que reconheça e respeite as múltiplas identidades e desigualdades estruturais;

Participar de atividades que abordem a crise climática, a intersubjetividade, os Direitos Humanos e a Democracia, promovendo a integração desses temas para fortalecer a atuação da Psicologia como agente de transformação social e ambiental;

Reconhecer e valorizar os saberes produzidos por coletivos autônomos, incorporando suas contribuições em eventos, formações e documentos de orientação, ampliando a diversidade epistemológica e prática;
Valorizar as experiências de base da categoria, trazendo para o centro da organização do CRP SP os saberes e práticas desenvolvidos nas margens, fortalecendo a participação e o protagonismo de grupos historicamente marginalizados;
Fomentar a participação estudantil nas atividades do Conselho, garantindo espaços inclusivos para o desenvolvimento crítico e político das futuras gerações de profissionais;
Atuar de forma articulada com movimentos sociais e coletivos populares na defesa dos Direitos Humanos e Sociais, consolidando a Psicologia como instrumento de luta e emancipação social;
Criar comissões e grupos de trabalho intersetoriais dedicados ao enfrentamento das violências estruturais, incluindo o racismo institucional, a transfobia, a misoginia, o encarceramento em massa e a precarização e mercantilização da vida, promovendo ações integradas e efetivas para a transformação social;
Promover a aproximação do CRP SP com a categoria e a sociedade, ampliando as ações do Conselho, fortalecendo grupos regionais e promovendo a itinerância de atividades em todo o estado, incluindo territórios periféricos, indígenas, rurais e de fronteira, garantindo maior proximidade e escuta das diversidades locais;
Fortalecer e promover a autonomia das subsedes do CRP SP, respeitando as diversidades territoriais e a equidade orçamentária e laboral;
Retomar e fortalecer as atividades de núcleos e espaços regionais de diálogo, promovendo a ampla participação da categoria com atenção às especificidades territoriais, assegurando que as subsedes constituam seus próprios grupos de trabalho e discussão e articulações de forma horizontal, democrática e inclusiva;
Propor a revisão da Lei Federal 5766/1971 no que se refere ao funcionamento das instâncias decisórias e de participação, propondo alterações alinhadas aos pactos históricos e éticos da Psicologia, fortalecendo a democracia interna e a representatividade da categoria;
Qualificar a gestão da tesouraria do CRP SP, reconhecendo o caráter político de todas as instâncias do Conselho, assegurando que as decisões financeiras reflitam os valores éticos, a justiça social e as demandas da categoria;
Garantir a execução fiel das deliberações do Congresso Regional de Psicologia (COREPSI), do Congresso Nacional de Psicologia (CNP) e das Assembleias de Políticas, Administração e Finanças (APAF), reforçando a efetividade das decisões coletivas e a responsabilidade institucional;
Desenvolver mecanismos diversificados, acessíveis e transparentes para a divulgação das decisões, orçamento, receitas, projetos e parcerias, promovendo o controle social e a participação ativa da categoria no acompanhamento da gestão do CRP SP;
Valorizar o processo de democratização do Sistema Conselhos, combatendo práticas autoritárias e reafirmando o respeito aos pactos históricos da categoria profissional, garantindo que o fazer político da Psicologia seja pautado pela participação ampla, inclusiva e comprometida com os princípios éticos e sociais da profissão.

3

Psicologia - Uma Profissão Comprometida com a Sociedade

A Psicologia tem um compromisso com a saúde global e dignidade de todas as pessoas, atuando na solução das questões sociais que geram sofrimento psíquico, especialmente aquelas decorrentes da violação de direitos. Como profissionais da saúde, entendemos que nossa atuação deve contemplar o acesso efetivo da população a direitos diversos e a oferta de serviços de qualidade.

Enquanto persistirem as barreiras a esses direitos, não haverá verdadeira promoção da saúde. Por isso, o exercício profissional e a atuação do Conselho devem estar orientados para a defesa e ampliação dos Direitos Humanos e Sociais, promovendo uma Psicologia comprometida com a justiça social, a inclusão, a Democracia e a Equidade.

Nossas propostas:

Posicionar a Psicologia como ciência e profissão comprometida com a democracia, a justiça social, o combate às desigualdades e a reparação histórica, reconhecendo seu papel ativo nas transformações sociais;

Evidenciar que a atuação da Psicologia na sociedade brasileira é inseparável das lutas pelos Direitos Humanos e contra todas as formas de opressão, incluindo racismo, machismo, capacitismo, LGBTQIAPN+fobia, gordofobia, idadismo e outras estruturas que promovem exclusão e sofrimento psíquico;
Fomentar uma prática profissional crítica, ética e comprometida com a equidade social, que reconheça as desigualdades estruturais e atue para superá-las, promovendo a inclusão e o respeito à diversidade;
Ampliar o debate sobre saúde mental das(os) psicólogas(os);
Defender políticas públicas de saúde mental que assegurem atendimento digno, humanizado e acessível a toda a população, reforçando a integralidade do cuidado e a promoção da saúde mental como direito fundamental;
Defender com firmeza os direitos e a vida dos povos originários, reconhecendo a importância da demarcação e proteção de seus territórios, o respeito às suas culturas e a reparação histórica frente aos ataques recentes e as ameaças à segurança jurídica de suas terras;
Apoiar e promover políticas afirmativas que garantam direitos e inclusão para grupos historicamente marginalizados, como povos pretos, indígenas, LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, idosas e pessoas vulnerabilizadas socialmente, combatendo as desigualdades estruturais que perpetuam exclusão e sofrimento;
Combater a precarização do trabalho, lutando pela garantia e ampliação dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores, reconhecendo a centralidade do trabalho digno para a promoção da saúde mental e da justiça social;
Zelar por práticas profissionais que tenham os Direitos Humanos e a humanização como pilares centrais, assegurando que, em todas as áreas de atuação da Psicologia, o contexto sociocultural seja fundamental para a compreensão da realidade e para a oferta de serviços adequados e sensíveis às diversidades;
Participar ativamente da formulação e implementação de políticas públicas, fundamentadas em escuta qualificada e construção coletiva de soluções, valorizando a participação popular e o diálogo com movimentos sociais e comunidades;
Promover e realizar eventos pautados por movimentos sociais, coletivos e entidades, garantindo a participação de órgãos públicos responsáveis pelo atendimento das necessidades dessas populações, fortalecendo a articulação intersetorial e o protagonismo comunitário;
Alinhar agendas populares e democráticas, reafirmando que a Psicologia deve se posicionar firmemente contra projetos autoritários e excludentes, defendendo a ampliação de direitos e a inclusão social;
Defender a Reforma Psiquiátrica, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) como pilares fundamentais para a construção de uma sociedade democrática e justa, pautada por uma Psicologia comprometida com os anseios e direitos da população;
Defender a autonomia profissional e a multidisciplinaridade na área da saúde, promovendo práticas integradas e respeitosas às diferentes formações e saberes, enfrentando de modo educativo a demarcação corporativista da psicoterapia como exclusividade da Psicologia ou outras profissões;
Oferecer apoio técnico e político a coletivos da Psicologia que atuam de forma crítica e interseccional, especialmente em regiões historicamente negligenciadas, fortalecendo práticas comprometidas com a transformação social e o enfrentamento das desigualdades estruturais;
Valorizar e promover experiências de resistência digital, tecnologias livres e epistemologias do sul global, como formas de enfrentar a lógica extrativista das big techs, defendendo a soberania tecnológica e a pluralidade de saberes;
Realizar campanhas contínuas contra o racismo institucional, promovendo o letramento racial em todas as instituições onde a Psicologia está inserida, para fomentar ambientes inclusivos e antirracistas;
Produzir e disseminar materiais informativos e formativos em múltiplas línguas e formatos acessíveis — incluindo português, LIBRAS, braile, línguas indígenas, além de formatos audiovisuais e orais — garantindo a efetiva inclusão comunicacional e o acesso à informação para todas as pessoas;
Garantir a proteção de dados sensíveis, o sigilo profissional e o consentimento informado como princípios inegociáveis no uso de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), promovendo diretrizes éticas elucidativas e fundamentadas na ética do cuidado;
Atuar junto a instituições públicas, sociedade civil, órgãos reguladores e universidades na formulação e fiscalização de marcos regulatórios que considerem os impactos subjetivos das tecnologias, combatendo práticas que gerem exclusão, racismo algorítmico, capacitismo e vigilância abusiva;
Participar ativamente de debates públicos, frentes interconselhos e políticas públicas para assegurar a inclusão de profissionais de Psicologia na avaliação crítica das tecnologias utilizadas nos serviços de saúde, educação, justiça e demais áreas, defendendo o cuidado humanizado e resistindo a propostas que defendam a padronização a Psicologia por algoritmos;
Dar visibilidade à relevância do contato com a natureza e apoiar iniciativas e movimentos que promovam o verdejamento de espaços destinados à promoção e ao cuidado em saúde, incentivando o uso de ambientes ao ar livre como estratégia para favorecer o desenvolvimento integral de profissionais e pessoas atendidas.

4

Ciência, Formação, Ética Profissional e Produção de Conhecimento em Psicologia

A responsabilidade social no exercício da Psicologia exige que sua prática esteja alinhada aos avanços científicos, buscando respostas efetivas para as demandas da sociedade brasileira.


Isso implica na produção contínua de conhecimento crítico, fundamentado na realidade social, comprometido com a qualidade profissional e o enfrentamento dos saberes colonizados presentes em muitos aspectos da Psicologia.
O conhecimento produzido deve orientar a prática profissional, informar e proteger socialmente profissionais e pessoas atendidas.
Nossas intenções:

Promover discussões e apoiar processos de formação sobre novas abordagens e demandas emergentes, como saúde mental digital e inteligência artificial, qualificando profissionais para atuarem de forma ética, crítica e humanizada diante dessas inovações;

Fomentar espaços de debate que problematizem os efeitos subjetivos da inserção massiva da inteligência artificial nas práticas clínicas, educacionais e institucionais, abordando impactos na escuta, no vínculo terapêutico, na autonomia e na qualidade do cuidado psicológico;

Estimular o diálogo e a parceria com instituições de ensino para refletir sobre o papel social da Psicologia na sociedade brasileira contemporânea, especialmente frente aos desafios tecnológicos, promovendo a integração entre teoria, pesquisa e prática;

Incentivar a construção coletiva de diretrizes éticas, protocolos e políticas públicas que orientem o uso responsável das tecnologias digitais na Psicologia, nas mais diversas áreas de atuação, assegurando a proteção dos Direitos Humanos, a centralidade do cuidado singular e o combate às desigualdades e exclusões que podem ser geradas por essas tecnologias;

Produzir e difundir conhecimentos sobre escuta e acolhimento da comunidade LGBTQIAPN+, fortalecendo espaços de discussão sobre sexualidade, orientação sexual, identidade de gênero e as tentativas de aniquilação de suas subjetividades, promovendo respeito e inclusão;

Combater a desinformação e a instrumentalização da Psicologia por projetos autoritários por meio de formações qualificadas e da ocupação estratégica de espaços na mídia e redes sociais, garantindo uma comunicação crítica e ética;

Sistematizar e valorizar práticas em Psicologia, que sejam comunitárias, decoloniais, acessíveis, negras, indígenas, feministas e LGBTQIAPN+afirmativas, reconhecendo saberes situados e experiências históricas de resistência como fundamentos essenciais para a atuação profissional;

Ampliar o diálogo e a participação de povos indígenas na Psicologia, defendendo sua dignidade e incorporando seus conhecimentos tradicionais aos saberes psicológicos, promovendo uma prática intercultural e respeitosa;

Apoiar e incentivar redes de pessoas pesquisadoras e profissionais negras, indígenas, trans, periféricas e com deficiência, promovendo a democratização da produção de conhecimento e ampliando a representatividade e o protagonismo desses grupos na Psicologia;

Dar ampla visibilidade e incentivar o estudo aprofundado da literatura sobre interseccionalidade e justiça social, consolidando esses conceitos como fundamentos essenciais para a formação, pesquisa e prática profissional, alinhados ao compromisso da Psicologia com a promoção dos Direitos Humanos e a equidade social;

Promover a releitura dos princípios éticos da Psicologia à luz das epistemologias do sul global, feministas, indígenas, negras e quilombolas, garantindo o respeito à dignidade humana em sua multiplicidade e a ampliação do compromisso ético para além dos paradigmas coloniais, valorizando saberes situados e práticas interculturais;

Propor a criação de espaços de discussão permanente sobre Psicologia, TDICs e Inteligência Artificial, com ampla representatividade da categoria, para subsidiar orientações técnicas, éticas e políticas que orientem a prática profissional diante dos desafios tecnológicos;

Dar suporte à Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (ABEP) na revisão das diretrizes curriculares da formação em Psicologia, de modo a garantir a inclusão obrigatória e transversal de conteúdos sobre raça, gênero, sexualidade, classe, território e deficiência, sempre em perspectiva interseccional, conforme as recentes Diretrizes Curriculares Nacionais;

Sistematizar conhecimentos para a elaboração e divulgação de materiais educativos acessíveis, que apoiem profissionais na reflexão e enfrentamento dos desafios éticos da prática digital, fortalecendo uma atuação crítica, ética e comprometida com os Direitos Humanos;

Combater a mercantilização do ensino da Psicologia, defendendo uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade, e apoiando docentes no enfrentamento da precarização do trabalho no ensino superior, promovendo condições dignas, valorização profissional e reconhecimento da importância do papel docente na formação crítica e ética;

5

Por um CRP SP que assuma a responsabilidade pelo atendimento que a categoria necessita e pela saúde de quem trabalha na autarquia

Um Conselho profissional verdadeiramente comprometido deve estar atento e sensível às necessidades reais da categoria que representa, atuando de forma proativa para responder às suas demandas emergentes e históricas. Isso implica não apenas ouvir, mas dialogar constantemente com a base, promovendo canais de comunicação amplos, acessíveis e qualificados. A ampliação e qualificação da comunicação do CRP SP são essenciais para garantir transparência em suas ações, decisões e processos. Informar de maneira efetiva e acessível amplia a confiança da categoria no Conselho, promove a participação ativa de profissionais e facilita o acesso a direitos, orientações e recursos. Além disso, o Conselho precisa assumir o compromisso de promover condições dignas de trabalho para a totalidade de seu conjunto de trabalhadoras e trabalhadores, apoiando a valorização profissional, a saúde ocupacional e o combate à precarização dentro de sua própria estrutura. Esse compromisso refletirá na saúde global do funcionalismo e na oferta de um atendimento qualificado e comprometido à categoria de psicólogas, psicólogos e psicólogues. Nossos objetivos:
Garantir atendimento eficiente, ético e ágil às demandas da categoria, tanto online quanto presencial, especialmente nas questões administrativo-burocráticas sob responsabilidade do Conselho;
Qualificar continuamente o atendimento do CRP SP por meio de formações específicas, abordando os desafios dos processos de trabalho atuais;
Garantir atendimento individualizado e presencial para a categoria, com foco na elucidação de questões éticas e técnicas relacionadas ao exercício profissional;

Assegurar melhores condições de trabalho para as pessoas profissionais que atuam no Conselho, promovendo um ambiente saudável, valorizado e motivador;

Investir na modernização e qualificação dos recursos de Tecnologia da Informação (TI) disponíveis, para otimizar os serviços prestados à categoria;
Ampliar o quadro funcional do CRP SP em todos os setores e comissões, garantindo estrutura adequada para atender às demandas crescentes da categoria;
Reorganizar os processos de trabalho no CRP-SP com a participação direta das pessoas trabalhadoras da autarquia, ampliando os canais de diálogo e as instâncias de decisão colegiada para qualificar o atendimento às suas demandas, garantir seus direitos e fortalecer sua participação nos acordos relacionados à gestão do trabalho;

Construir, em conjunto com o funcionalismo do Conselho, dispositivos efetivos de cuidado à saúde no ambiente de trabalho, promovendo relações laborais saudáveis, acolhedoras e sustentáveis;

Garantir dignidade na execução de todas as formas de trabalho desenvolvidas no CRP SP, buscando alternativas para enfrentar a prática de terceirização de serviços, que precarizam as relações de trabalho;
Promover o verdejamento dos espaços do CRP SP como forma de ampliar o contato da categoria e das pessoas que atuam no Conselho com a natureza, visando o estabelecimento de relações saudáveis por meio dessa interação.

6

Enfrentar as lógicas autoritárias e centralizadoras que organizam o Sistema Conselhos de Psicologia

Em defesa e respeito ao processo de democratização do Sistema Conselhos de Psicologia, reconhecemos que, ao se alinhar ao processo histórico de redemocratização do Brasil, o Conselho reafirma seu compromisso social e sua relevância na construção de uma sociedade justa, plural e democrática.


É fundamental que o Conselho, em suas práticas internas e institucionais, preserve e valorize os pactos firmados em defesa dos valores emancipatórios que orientam a Psicologia no contexto brasileiro. Isso implica atuar com transparência, participação efetiva da categoria, pluralidade de vozes e compromisso ético, garantindo que suas decisões e ações estejam sempre alinhadas aos princípios de justiça social, respeito à diversidade e promoção dos Direitos Humanos.


O CRP SP deve ser um espaço de resistência e transformação, comprometido com a democratização não apenas formal, mas também substancial, dos processos decisórios, assegurando que a Psicologia contribua ativamente para a construção de uma sociedade mais inclusiva, equitativa e solidária.


Nossos propósitos:

Atuar junto ao CFP na revisão da Lei Federal 5766/1971, especialmente nos aspectos relacionados ao funcionamento das instâncias decisórias e de participação, propondo alterações que estejam alinhadas aos acordos políticos da autarquia e que fortaleçam a democracia interna;
Incidir, em parceria com o CFP, na relação com o Tribunal de Contas da União (TCU), promovendo a politização e a transparência das atividades da Tesouraria do CRP SP, garantindo o controle social e o uso responsável dos recursos públicos;
Implementar as deliberações do COREPSI, CNP e APAF, democratizando verdadeiramente o acesso da categoria a essas instâncias de participação, ampliando a representatividade e o protagonismo da categoria profissional;
Desenvolver e consolidar mecanismos diversos, acessíveis e efetivos de transparência, assegurando que as informações sobre a gestão e as decisões do Conselho estejam disponíveis e compreensíveis para toda a categoria;
Revisar, e quando necessário, revogar resoluções e normativas internas, como o Regimento Interno do CRP SP, que reproduzam sistemas centralizadores e autoritários, buscando uma estrutura organizacional mais democrática, participativa e transparente;
Respeitar e reafirmar acordos políticos que orientam o processo de democratização do Sistema Conselhos de Psicologia, sustentando o compromisso com a participação, a ética e a justiça social;
Enfrentar e combater ativamente as lógicas racistas, machistas, LGBTQIAPN+fóbicas, idadistas, capacitistas e outras formas de opressão que geram exclusão e violência nas relações de trabalho do CRP SP, de modo a promover um ambiente inclusivo, respeitoso e equitativo;
Promover a reaproximação do CRPSP com a categoria, as onze subsedes e a sociedade, por meio de itinerância de atividades em todo o estado, garantindo maior proximidade e participação, considerando as diversidades locais e suas especificidades em seus processos de decisão.